quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Três museus portugueses são finalistas do Museu Europeu do Ano 2012
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Cultura. Personalidades apresentam manifesto contra o actual rumo de "desastre" no sector
Um grupo de personalidades ligadas à área cultural, entre elas, José Barata-Moura, lança quinta-feira, em Lisboa, um "Manifesto em Defesa da Cultura" cujo atual rumo qualificam como um "desastre".
O manifesto divide-se em seis pontos e critica "as políticas de agressão à Cultura seguidas pelos últimos governos criaram uma situação insustentável".
A apresentação do manifesto pelos signatários realiza-se quinta-feira, às 19:30, no bar Adufe do bairro lisboeta de Alfama. Entre eles contam-se o historiador António Borges Coelho, a escritora Alice Vieira e o compositor João Madureira, o cineasta João Botelho, os arqueólogos Jacinta Bugalhão, Santiago Macias e João Zilhão, o escritor Manuel Gusmão, os catedráticos Helena Serôdio e Vítor Serrão, os músicos Manuel Pires da Rocha e Samuel Quedas.
Para arqueólogos, artistas plásticos, cineastas e atores é "tempo de protesto e de recusa. Tempo de mobilização de toda a inteligência, de toda a criatividade, de toda a liberdade, de toda a cólera contra uma política que chama 'austeridade' à imposição de um brutal retrocesso histórico em todas as áreas da vida social".
"A Cultura que, tal como a emancipação do trabalho, é parte essencial do património do futuro", escrevem os autores do manifesto.
Os subscritores do texto consideram que o Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC), anunciado pelo atual Governo, "vai ainda mais longe nos aspetos negativos do PRACE (Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado) apresentado pelo anterior executivo do Partido Socialista.
"Com o Governo PSD/CDS, aos cortes cegos seguiu-se a reestruturação cega", lê-se no manifesto que afirma que "o PRACE do Governo PS gerou uma estrutura ineficiente e enfraquecida, em diversos aspetos irracional, que colocou serviços e instituições à beira da paralisia e do colapso, situação que os sucessivos PEC's agravaram brutalmente", lê-se no documento.
Para os 52 promotores, o atual panorama da Cultura é de "destruição e perversão do princípio de serviço público, estrangulamento financeiro, desmantelamento, redução e desqualificação de serviços, centralização e agregação burocrática de instituições e mercantilização".
Os subscritores criticam também a intervenção da troika considerando que "a situação de estrangulamento financeiro, que já colocara o orçamento para a Cultura muito abaixo do nível da subsistência, agrava-se com novos cortes agora sob a bandeira da 'austeridade' imposta pela troika e servilmente aceite por PS, PSD e CDS".
"Para o Governo e a troika, a Cultura situa-se no plano de um adereço da sociedade ou de um privilégio das elites", escrevem os subscritores.
"O Orçamento do Estado/2012 prevê para toda a Cultura cortes que agravam os de 2011, reduzindo todo o financiamento do Estado às artes e à Cultura a 6,7% do que até agora o Estado já entregou à banca, nomeadamente para dar cobertura ao buraco do BPN", afirmam os autores da iniciativa que consideram ser "desonesto e absurdo" o argumento da anterior ministra, Gabriela Canavilhas, e do atual secretário de Estado, Francisco José Viegas, que "justificavam este estrangulamento com o patético argumento de uma distribuição equitativa entre as diferentes áreas de Governo".
Consideram os subscritores que "austeridade na Cultura não destrói só o que existe, destrói o que fica impedido de existir" e chamam a atenção para "a criação contemporânea", afirmando que "os apoios aos teatros nacionais e ao cinema encaminham-se para uma ainda maior desresponsabilização do Estado e para a simples entrega aos mecanismos do mercado".
"Para as áreas do Património Edificado, dos Museus, dos Sítios Arqueológicos, das Bibliotecas, dos Arquivos, a catástrofe é iminente" e "desenha-se uma radical redução do número de ins¬tituições que integram os Museus Nacionais, redução que, sendo previsivelmente conduzida segundo os ce¬gos critérios do PREMAC, nada terá a ver com o reforço, o equilíbrio e a requalificação cultural e científica", lê-se no documento assinado entre outros pelo letrista João Monge, o escritor e encenador Jorge Feliciano, o historiador Paulo Varela Gome e o diretor artístico do Festival Alkantara, Thomas Walgrave.
Outras personalidades que assinam o texto são Aida Tavares, adjunta da direção Artística do São Luiz Teatro Municipal, Alberto Gordillo, escultor, Alexandre Branco Weffort, músico, Ana Luísa Amaral, poetisa, António Carmo, pintor, Arlindo Fagundes, artista gráfico, Carlos Mota Soares, catedrático, Carlos Oliveira, diretor do Teatrinho de Santarém, Carlos Vidal, professor da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Cláudia Dias, bailarina e coreógrafa, Domingos Lobo, escritor, Fernando Casaca, diretor do Teatro do Elefante, e Hugo Santos, escritor.
“Por Agência Lusa, publicado em 14 Dez 2011”
Guimarães, Capital Europeia da Cultura 2012
Depois de Lisboa, em 1994, e do Porto, em 2001, Guimarães tornar-se-á na terceira cidade Portuguesa a ser escolhida como Capital Europeia da Cultura.
O "berço" de Portugal terá muito a oferecer, com a aposta dos responsáveis em quatro frentes: Cidade, Comunidade, Pensamento e Arte, sendo que esta última se desdobra em quatro disciplinas: Música, Artes Performativas, Arte e Arquitectura e Cinema e Audiovisual.
Para mais informações, recomendo: http://www.publico.pt/Cultura/guimaraes-2012-nao-quer-competir-com-festivais-1525172
«A Capital Europeia da Cultura significa uma oportunidade para, com os Vimaranenses, se concretizarem objectivos comuns: elevar o nível de formação e qualificação das pessoas», antecipam os responsáveis do município.
Os meus sinceros votos de boa sorte a esta belíssima cidade, que já tive a oportunidade de visitar!
João Cruz Ferreira
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Apresentação de trabalho
Mensagem do Colega Manuel Afonso Miranda
Em primeiro lugar, devo pedir desculpa por este post, que não se enquadra com o objectivo do blogue. No entanto, não vislumbrei outra solução. Acontece que, após o envio de 3 e-mails para a mailinglist da disciplina, pedindo que me fosse renovado o convite para participar no blogue, nunca obtive resposta. Vi-me por isso obrigado a recorrer à minha colega, para que, desta vez, quem tenha criado o blogue tenha a amabilidade de concretizar a pretensão acima referida. Finalmente, peço ainda que considerem o facto sabido por todos, que a participação no blogue tem um peso considerável na avaliação final. Por essa razão agradecia que o convite fosse endereçado assim que possível.
Na expectativa de novidades, com consideração
Cumprimentos académicos.
Manuel Afonso Miranda
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Lisbon wins European City of the Year 2012
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A importância dos programas de incentivo à leitura
A par dos programas de promoção da leitura lançados no quadro do Plano Nacional de Leitura, são também uma mais valia as iniciativas de âmbito local e regional e nacional, porque apesar deste plano ser um grande incentivo, o sucesso depende da intervenção de todos e de cada.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Cante Alentejano candidato a Património da UNESCO
O cante Alentejano é uma característica fundamental da identidade do povo Alentejano e uma das maiores referências culturais da região.
Os meus sinceros votos de boa sorte a este projecto!
Com isto, deixo-vos este curto vídeo, elucidativo desta tão bela forma de cultura popular: http://www.youtube.com/watch?v=GVGDCMhA3pE
João Cruz Ferreira
sábado, 3 de dezembro de 2011
Erro na data do trabalho
Saudações académicas,
Margarida Ferraz de Oliveira.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Cultura da Internet e Wikileaks
Desempenhando a internet, na actualidade, um papel fundamental na difusão da Cultura, e numa semana em que os mais recentes documentos publicados pela Wikileaks correram novamente as bocas do Mundo, gostaria de conhecer a vossa opinião acerca dos fins desta organização.
Relativamente a esta questão, envolta em controvérsias e demagogias, recomendo vivamente a leitura do seguinte editorial, da autoria de Henrique Monteiro, escrito há cerca de um ano (um tesouro pessoal meu...!), carregado de argumentos interessantes e paralelismos que suscitam reflexão...
http://aeiou.expresso.pt/wikileaks-e-a-sociedade-decente=f620960
Partilharão da sua opinião, de que o princípio da transparência da diplomacia prevalece sobre o da segurança das relações entre os Estados? Deverá a internet ser o espaço privilegiado para a divulgação de relatórios confidenciais e comprometedores, bem como para a propagação de um espírito cultural justo e democrático?
Disse, em tempos, um filósofo: «A Internet é a salvação perante as tentativas de controlar a Cultura, por ser um espaço livre de pressões e interesses de qualquer tipo».
Qual é a vossa opinião sobre estas questões?
Saudações académicas!
João Cruz Ferreira
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Dois raios de sol num temporal angustiante
A UNESCO reconheceu no passado dia 27 de Novembro o Fado como património Imaterial da Humanidade,decisão que foi tomada durante o VI Comité Intergovernamental da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Esta ideia de formalizar uma candidatura do fado a Património imaterial da Humanidade foi uma ideia lançada por Pedro Santana Lopes escolhendo como embaixadores da mesma os fadistas Mariza e Carlos do Carmo.
A candidatura foi aprovada primeiro pela Câmara Municipal de Lisboa, posteriormente apresentada ao Presidente da República Aníbal Cavaco Silva e formalizada junto da Comissão Nacional da UNESCO .
Cavaco Silva recebeu com «profunda satisfação» a designação do fado como Património da Humanidade, defendendo que a mesma é «motivo de orgulho para todos os portugueses».
Comunicado publicado no site da presidência por Aníbal Cavaco Silva:
«Este reconhecimento constitui um motivo de orgulho para todos os Portugueses: a partir deste momento, o Fado é reconhecido como um Património de toda a Humanidade, um valor inestimável no presente e uma herança cultural importante para as gerações futuras».
«O seu sucesso é também o sucesso de todos os que, ao longo de mais de um século, viveram, trabalharam, escreveram e cantaram o Fado. Estão de parabéns os fadistas, os poetas, os músicos, os compositores, os estudiosos e todos os que contribuíram para fazer do Fado uma melodia universal»
Também é com manifesta satisfação que vejo a maioria parlamentar PSD/CDS ter decidido no dia 28 de Novembro avançar com a redução da taxa de IVA de 23% para 13% para algumas actividades culturais como por exemplo: o canto,música , teatro, cinema, corrida de touros e circo.Até então estava em cima da mesa um aumento da taxa de IVA dos 6% para os 23% (taxa máxima) tendo agora se encontrado um meio termo.Terá a decisão da UNESCO no dia anterior influenciado esta medida da maioria parlamentar ?Na minha opinião claro que sim.
Deixo uma palavra de solidariedade para com aqueles, adeptos de alguns clubes de futebol como Barbas e Diabo, que se vêm injustiçados por esta redução da taxa de IVA não incluir as suas preferências culturais como o futebol.
Apresentação de trabalho
De acordo com conversa com o Prof., uma vez que eu (Margarida Basílio) e Teresa Morgado não conseguimos ter o trabalho pronto, e por uma impossibilidade profissional, pedimos ao Prof para adiarmos a nossa apresentação para dia 14. Pelo que percebi, existem então, com a nossa , 4 apresentações para esse dia.
Obrigada
Margarida Basílio
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Apresentação de Trabalho
Alteração da data do trabalho.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
Fado: Património da Humanidade!
O fado já é património mundial da humanidade
O fado foi a última candidatura avaliada na sessão desta quinta-feira, que terminou às 20h30 (12h30, hora de Lisboa), depois de terem passado à votação mais de 30 propostas. E, mesmo assim, foi recebido com grande entusiasmo, diz o musicólogo. Para esse clima de festa contribuiu, “e muito”, o breve discurso de António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, entidade que formalizou a candidatura junto da UNESCO: “O Dr. António Costa decidiu terminar as suas palavras, já a fechar a intervenção de Portugal, chegando o seu iPhone ao microfone e deixando que a sala ouvisse Amália cantar ‘Estranha forma de vida’. Foi uma emoção acabar com a voz de Amália num fado de [Alfredo] Marceneiro. A sala levantou-se num enorme aplauso.”
A partir de agora, o fado não é apenas a canção de Portugal, a canção de Severa, Marceneiro, Amália, Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura e Carminho - é um tesouro do mundo. Um tesouro que fala de Portugal, da sua cultura, da sua língua, dos seus poetas, mas que também tem muito de universal nos sentimentos que evoca: a dor, o ciúme, a solidão, o amor.
Optimismo comprovado
O optimismo à volta da eventual entrada do fado para a Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade era grande desde que, em Outubro, a comissão de peritos da UNESCO considerou a candidatura portuguesa “exemplar”, mas vê-la formalizada compensa definitivamente anos de trabalho de uma série de especialistas, músicos e intérpretes.
Foi em 2005 que Portugal começou a preparar mais seriamente esta candidatura que o Museu do Fado, em nome da Câmara Municipal de Lisboa, formalizou em Junho do ano passado (tinham passado apenas dois anos sobre a aprovação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial). Mas a ideia, ou o sonho, tem quase 20 anos - surgiu por altura da Lisboa Capital Europeia da Cultura, em 1994, garantiu ao PÚBLICO há dias Ruben de Carvalho, vereador da CDU em Lisboa e um dos que mais apoiaram o projecto desde o início.
Em 2010, o fado apresentou-se à UNESCO como “símbolo da identidade nacional” e “a mais popular das canções urbanas” portuguesas, tendo por embaixadores dois intérpretes que, por motivos bem diferentes, fazem parte da sua história de forma incontestada: Carlos do Carmo e Mariza.
A canção que deve a Amália os primeiros grandes esforços de internacionalização foi uma das 49 candidaturas a património imaterial da humanidade avaliadas por delegados de 24 países até dia 29.
A lista do património imaterial - uma designação que abrange tradições, conhecimentos, práticas e representações que fazem a matriz cultural de um país e que, juntas, formam uma espécie de tesouro intangível do mundo - tinha até à reunião de Bali 213 bens de 68 Estados, como o tango ou o flamenco, só para falar em dois exemplos de universos semelhantes. O fado é o primeiro bem português, mas, se tudo correr bem, já não faltará muito para que o cante alentejano lhe faça companhia."
sábado, 26 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Resposta ao tópico "Acesso à cultura nas prisões Portuguesas"
Não posso deixar de concordar com a sua opinião relativamente à eficácia da utilização da Cultura como instrumento de reinserção social de um presidiário.
Na minha opinião, qualquer iniciativa que vise "oxigenar" o quotidiano de um presidiário pode ser um incentivo para um melhor comportamento e conduta, incentivando-o a cumprir a sua pena sem sobressaltos, em busca do regresso à sua vida regular e da reinserção social.
Também, a possibilidade de actividades culturais que cativam e encorajam as relações humanas (tais como o teatro, a música, as artes visuais, etc...) se articularem com a realidade de um estabelecimento prisional, pode contribuir para a criação de laços de um recluso com os restantes encarcerados que o rodeiam, nesta situação de exclusão social, criando vínculos de união e cumplicidade para o futuro, e permitindo uma melhor perspectiva de um ambiente de reinserção social.
João Cruz Ferreira
Em Defesa do Direito à Cultura em Portugal... Mas a que custo?
É preciso, porém, invocar a actual situação de crise económica insustentável que o País atravessa, bem como as suas consequências nefastas para as camadas mais desprotegidas da população Portuguesa. Antes da Constituição da República Portuguesa consagrar a todos, sem excepção, o Direito à Cultura (no seu artigo 73/nº 1), consagra no seu primeiro artigo, o princípio da dignidade da pessoa humana: Uma das prioridades de um Estado de Direito Democrático deve ser a total garantia dos direitos fundamentais e absolutos dos seus cidadãos (o direito a um mínimo de vida condigno, o direito à saúde básica, o direito à alimentação apropriada, o direito à propriedade, etc, etc...). Cortar no apoio às artes é, sem dúvida, cortar nos direitos dos Portugueses. Mas será preferível, com vista à diminuição do défice orçamental, cortar pensões a reformados com reduzido poder de compra ou aumentar a carga fiscal a famílias sem rendimentos elevados?
Em suma, devemos recordar-nos de que existem áreas prioritárias. A Cultura é apenas mais uma área gravemente afectada pelos efeitos da recessão. Em face deste desafio, devemos ser pacientes e tolerantes, explorando formas de promover a cultura e as artes que não comportem a necessidade de mais orçamento...
João Cruz Ferreira
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Trabalho Direito da Cultura
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Mudança de data para o dia 30 de Novembro
Apresentação do trabalho
O mesmo irá se debruçar sobre as touradas.
O tema será: Touradas, cultura ou tortura?
Acesso à cultura nas prisões portuguesas
As prisões portuguesas estão à beira da sobrelotação, tendo, no final do primeiro semestre deste ano albergado um total de 11.808 reclusos, que ocupavam 99,1 por cento dos lugares disponíveis, são os números divulgados pela Direcção-Geral dos Serviços Prisionais.
Este é o principal problema das nossas prisões, problema esse que deixa pouca margem de atenção por parte dos responsáveis, para outras questões, como o acesso à cultura dentro das mesmas embora com o passar dos anos tenha-se tomado mais consciência sobre o assunto.
A nossa constituição no seu art 73/nº 1 CRP, «Todos têm direito à educação e à cultura » defende que todos sem excepção têm direito à cultura..
O ano de 2009 foi “o ano zero da reforma do sistema prisional”.As prisões construídas ou remodeladas na altura tiveram em atenção especiais necessidades dos reclusos como ter para os mesmos actividades de lazer e cultura (cinema, teatro, biblioteca, campos de futebol).Um bom exemplo é o estabelecimento prisional de Lisboa (policia judiciaria) remodelado recentemente.
Também a comunidade internacional está mais atenta às necessidades dos reclusos.
A Assembleia Geral das Nações Unidas na sua resolução 45/111, de 14 de Dezembro de 1990 ( princípios básicos relativos ao tratamento de reclusos) defende que todos os reclusos devem ter o direito de participar nas actividades culturais e de beneficiar de uma educação visando o pleno desenvolvimento da personalidade humana.
Nos nossos dias ao contrário do que se passava no passado tomou-se a consciência de é importante o acesso à cultura para a reinsercão social dos reclusos na sociedade como defende Jorge Morais director do estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo numa entrevista ao correio da manhã, “a cultura também faz parte da reinserção social dos reclusos “.
Apresentação do Trabalho
Eu, Margarida Ferraz de Oliveira, e as minhas colegas, Margarida Barreto e Mafalda Faria, queremos marcar a nossa apresentação para o dia 14 de Novembro, com o tema "Liberdade de expressão, liberdade artística e sentimentos religiosos".
Saudações académicas,
Margarida Ferraz de Oliveira.
Mudança de data para dia 14 de Dezembro
Obrigado
CCCM
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Fado como Património Cultural e Imaterial da Humanidade
sábado, 19 de novembro de 2011
IVA de 23% para espectáculos é “assunto que não está fechado”, diz Francisco José Viegas
Durante a sua audição, Viegas divulgou ainda a existência de buracos financeiros em algumas estruturas, responsabilizando o Governo socialista. E avançou com os exemplos: 5,6 milhões de euros de despesas ilegais sem cabimento orçamental no Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) e três milhões de dívida do Fundo de Fomento Cultural. Os orçamentos do anterior Governo, liderado por José Sócrates, foram realizados com base em “expectativas de receitas irrealistas”, acusou.
A acrescer a estes cenários, que no caso do IMC envolvem despesas correntes de água, luz e gás (1,7 milhões de euros), além de dívidas a empresas de segurança (dois milhões de euros) e de limpeza (600 mil), há a situação do Instituto do Cinema e do Audiovisual, que terá de destinar 75% do seu orçamento para 2012 (11,3 milhões de euros) a projectos plurianuais assumidos em anos anteriores
“É inadmissível ameaçar encerrar um teatro”
A declaração foi feita um dia depois de a Secretaria de Estado da Cultura ter demitido o responsável artístico daquele teatro, na sequência do anúncio, feito em comunicado, de que a direcção da estrutura pretendia suspender a programação para 2012 devido às restrições orçamentais.
“Não acho admissível, em nenhuma circunstância, a ameaça de encerrar um teatro”, frisou Viegas, acrescentando que “há sempre uma solução”.
O secretário de Estado justificou então a decisão de não reconduzir Infante na direcção do teatro (o mandato do actor já tinha terminado a 30 de Setembro) com a ausência de uma gestão eficiente, exemplificando com o facto de não terem sido respeitados no teatro os cortes determinados pelo Executivo (15% nos custos de funcionamento em 2010 e 2011)."
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Estado da Arte para a Cultura em 2012 - Notícia do Semanário "Sol" de 18/11/2011
O secretário de Estado da Cultura falou na audição conjunta das comissões parlamentares do Orçamento e Finanças e de Educação, Ciência e Cultura, sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2012.
A apresentação de uma nova proposta de lei do cinema até ao final de 2011, a reactivação do Fundo de Investimento para o Cinema e o Audiovisual, a confirmação da existência de 13,6 milhões de euros para apoios da Direcção Geral das Artes, a abertura da escola de dança da Companhia Nacional de Bailado em 2012 e o avanço do projeto da Casa das Artes no Porto, mas sem o pólo da Cinemateca, foram algumas das iniciativas anunciadas.
O secretário de Estado da Cultura mostrou-se ainda determinado em proceder à realização de uma nova avaliação da colecção do Museu Berardo, por uma entidade internacional, por entender que é da competência do Estado «vigiar e avaliar» os «investimentos que faz em fundações».
A realização da avaliação foi garantida por Francisco José Viegas depois de a deputada socialista e anterior ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, ter dito que conhecia a recusa da Sotheby's em fazer a avaliação da coleção do Museu Berardo, sem um acordo para tal entre o Estado e a Fundação.
Francisco José Viegas disse ainda que as fundações «devem procurar financiamentos privados, porque senão constituem-se como um segundo Estado, pago pelos contribuintes».
A situação no OPART - Organismo de Produção Artística, que congrega o Teatro Nacional de São Carlos, a Companhia Nacional de Bailado e a Orquestra Sinfónica de Portuguesa - que viu o orçamento diminuir a níveis de custos de funcionamento, foi abordada na audição.
O caso do Teatro Nacional D. Maria II também dominou intervenções da oposição, um dia depois do afastamento do director artístico Diogo Infante, na véspera da reunião do secretário de Estado com o encenador João Mota, convidado para o lugar.
Para o secretário de Estado da Cultura, «o diálogo» com os agentes artísticos e o esforço de «acomodar sugestões» dos trabalhadores são determinantes para «evitar cortes dramáticos nas programações», afastando qualquer hipótese de despedimento ou layoff nos organismos, em particular nos teatros nacionais.
Rever a rede dos museus e intensificar a descentralização com o aumento das parcerias com as instituições regionais e locais, nomeadamente as autarquias, que já respondem por «60 por cento da produção cultural», como afirmou, foram outras das intenções apresentadas pelo secretário de Estado.
Francisco José Viegas destacou que esta proposta constitui «um orçamento de cortes, um orçamento de excepção, um orçamento reduzido». «Estamos a adaptar-nos a orçamentos de crise, uma realidade a que não podemos escapar», acrescentou.
Na audição, Francisco José Viegas assumiu a existência de «buracos financeiros» que atribuiu ao Governo anterior, nomeadamente despesas do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), no valor de «5,6 milhões de euros de despesas ilegais sem cabimento orçamental», e uma dívida de três milhões de euros do Fundo de Fomento Cultural.
Sobre o Instituto do Cinema e do Audiovisual, o secretário de Estado aludiu a compromissos de anos anteriores que obrigam agora este organismo a comprometer 75 por cento do seu orçamento do próximo ano, num valor de 11,3 milhões de euros.
Nas galerias da sala de plenário da Assembleia da República, assistiram à audição do secretário de Estado da Cultura sobre a proposta do orçamento do sector para 2012 figuras de diversas áreas da cultura, como a presidente do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II, Maria João Brilhante, a diretora do Teatro Meridional, Natália Luiza, o encenador Filipe La Féria, os responsáveis de empresas promotoras de espetáculos Álvaro Covões, da Everything is New, e Paulo Dias, da UAU, e os cavaleiros tauromáquicos João Moura e Joaquim Bastinhas, entre outros."
André Trindade
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
"Governo vai distribuir um milhão de euros extraordinários a 80 entidades culturais " 16.11.2011 - 21:15 Por Lusa
Esta verba extraordinária às artes “compensa a redução de 23% imposta pelo anterior Governo”, lê-se no comunicado.
“Após a verificação dos procedimentos necessários à nova contratualização, a DGArtes espera proceder à execução do complemento no decorrer da segunda quinzena de Dezembro próximo, sendo aproximadamente 80 as entidades apoiadas pelo programa quadrienal da direção-geral e contempladas com o reforço em apreço”, afirma o director-geral das Artes, Samuel Rego.
Este anúncio surge na véspera de o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, ser ouvido em reunião conjunta das comissões da Educação, Ciência e Cultura e da do Orçamento, Finanças e Administração Pública, no âmbito da apreciação na especialidade da Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
"Google lança hoje concorrente do iTunes
De momento este serviço estará apenas disponível nos EUA mas é esperado que esta plataforma se estenda ao resto do mundo nos próximos meses.
O Google Music irá oferecer aos utilizadores a possibilidade de comprarem canções ou álbuns mediante pagamento imediato e a possibilidade de usufruírem de serviços áudio emstreaming. Ainda não se sabe exactamente quanto vai custar o serviço, algo fundamental para o Google poder fazer frente à plataforma iTunes. A agência Bloomberg avança nesta quarta-feira que as canções poderão custar entre 99 cêntimos de dólar e 1,29 dólares, valores que andam próximos dos praticados pelo iTunes.
O Google - dono do mais popular motor de busca em todo o mundo - tem vindo a expandir os seus negócios para os sectores da música, televisão e filmes para estimular a venda de dispositivos móveis equipados com o seu sistema operativo Android e, por outro lado, fornecer aos utilizadores da sua rede social Google+ a possibilidade de partilharem mais conteúdos.
O gigante tecnológico ainda só conseguiu assinar acordos com a editora Universal e que a Sony e a Warner ainda estão a pensar se aceitam ou não participar neste esquema.
Porém, de acordo com a agência Bloomberg - que cita fonte próxima do processo - o acordo entre o Google e a Sony já foi estabelecido, bem como parcerias com a EMI e a Vivendi.
De acordo com o “The Wall Street Journal”, a Warner permanece reticente porque considera que o Google - e principalmente o YouTube - não se têm esforçado o suficiente para combater a pirataria no sector da indústria musical. "
Alteração da data do trabalho
Eu (Inês Ferrari Careto) e a minha colega Luísa Castelo Barnco queriamos alterar a data do nosso trabalho de dia 23 de Novembro para dia 7 de Dezembro. O tema continua o mesmo.
Obrigada.
Curiosidade....
Todos os anos ouvimos falar de roubos de obras de arte de valor incalculável.
Agora, os seus proprietários já as podem ter de volta!
Todas a obras recuperadas foram arrumadas num armazém e ao longo do tempo as referências aos seus proprietários foram-se perdendo. Foi então necessário arranjar maneira de as devolver ás vítimas os seus quadros, esculturas, jóias, etc... Assim sendo, o governo francês teve a ideia de criar uma base de dados onde se encontram as imagens das obras roubadas, para que estas possam ser identificadas pelos seus verdadeiros proprietários. Stéphane Gauffeny, chefe do Gabinete Central de Luta contra o Tráfico de Bens Culturais, explicou que a base de dados estará online apenas até dia 28 de Fevereiro de 2012, para que o processo se dê mais rapidamente.
Para que a obra seja devolvida ao seu proprietário não basta apenas dizer que se é proprietário. É preciso prová-lo.
A meu ver, este é um óptimo exemplo do avanço tecnológico da sociedade. A internet permite agora que obras desaparecidas há anos sejam finalmente devolvidas aos seus donos. Algo que seria muito difícil há uns anos atrás.
Aqui vos deixo o link da base de dados.
http://www.avisderecherches.interieur.gouv.fr/osvnaviguer.asp
Inês Ferrari Careto
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Choque de Culturas III
Apresentação de Trabalho
Olá a todos! De acordo com conversa com o professor a apresentação do trabalho que estou a realizar com a Teresa Morgado será feita no dia 30 de Novembro, uma vez que esta semana não teremos aula!
Obrigada a todos
Cumprimentos
Margarida Basílio
Uma breve abordagem ao conceito de Património imaterial – o exemplo do Fado |
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Cabe analisar o que se tem entendido, antes de mais, por património. Do latim patrimonĭu, numa das suas acepções, entende-se como o conjunto das zonas, edifícios e outros bens materiais de um determinado Estado que devem ser protegidos e valorizados pelo seu legado cultural.
Esta noção aproxima-nos logo de uma ideia essencial: o Estado está naturalmente ligado ao seu património, isto é a um conjunto de bens que são susceptíveis de ser avaliados pecuniariamente e que no fim do dia reflectem o nosso desenvolvimento e identidade cultural. A ideia de materialidade e de avaliação pecuniária parecem, em parte, ser os critérios aferidores daquilo pelo qual se entende património cultural.
No entanto, tendo em consideração determinados instrumentos internacionais ( e.g: Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural; Recomendação para a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Folclore) , perceptiva-se que o património cultural não se traduz meramente através da sua materialidade.
É neste sentido que o conceito tem património ( na sua acepção cultural) tem de ser alargado sob pena de pecar no seu alcance. Importa, para tal, ter em consideração a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial(1)
Leia-se no art. 2º do seguinte Diploma (2):
Artigo 2.º: Definições
Para os efeitos da presente Convenção,
- Entende-se por “património cultural imaterial” as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Esse património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interacção com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade humana. Para os efeitos da presente Convenção, tomar-se-á em consideração apenas o património cultural imaterial que seja compatível com os instrumentos internacionais existentes em matéria de direitos do homem, bem como com as exigências de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos e de desenvolvimento sustentável.
- O “património cultural imaterial”, tal como definido no número anterior, manifesta-se nomeadamente nos seguintes domínios:
a) Tradições e expressões orais, incluindo a língua como vector do património cultural imaterial;
b) Artes do espectáculo;
c) Práticas sociais, rituais e eventos festivos;
d) Conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo;
e) Aptidões ligadas ao artesanato tradicional.
- Entende-se por “salvaguarda” as medidas que visem assegurar a viabilidade do património cultural imaterial, incluindo a identificação, documentação, pesquisa, preservação, protecção, promoção, valorização, transmissão, essencialmente através da educação formal e não formal, bem como a revitalização dos diferentes aspectos desse património.
Da leitura do preceito, entende-se que uma ideia meramente patrimonial é apenas uma das faces da moeda. De outra perspectiva, poder-se-á dizer que existem duas espécies daquilo pelo qual se entende por património: o material e o imaterial. Haverá assento legal, no nosso ordenamento, quanto a esta distinção além da adesão à referida Convenção?
A defesa do património, como tarefa fundamental do Estado Português, está previsto no art.9 al.e) da nossa Lei Fundamental, sendo assim clarividente a importância que deve ser atribuída ao legado cultural da nossa sociedade. No entanto, nada nos elucida quanto à existência da eventual destrinça.
Porém, podemos encontrar o Decreto-Lei nº139/2009 de 15 de Junho sobre a protecção do Património Imaterial. Neste diploma legislativo, estabelece-se uma noção daquilo pelo qual se entende de património cultural imaterial e prevê-se alguns objectivos e medidas a prosseguir – v.g: a prevenção e salvaguarda do património nomeadamente através da identificação e documentação do património imaterial; o incentivo às comunidades e grupos à salvaguarda e gestão do património …
Para bom entendedor meia palavra basta e evidencia-se assim a existência de uma dualidade de espécies quanto ao conceito de património cultural.
O exemplo do Fado
“ Entregue candidatura do Fado |
Em ambiente de confiança, a candidatura do Fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade foi apresentada oficialmente esta sexta-feira, no Teatro São Luiz, em Lisboa. A candidatura já foi entregue à UNESCO e a decisão deverá ser revelada em Novembro deste ano. São vários os trunfos do Fado para vencer a candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade, diz ministra da Cultura. “O Fado é uma das nossas expressões mais identitárias e quase iconográficas, diria. Há outro factor importantíssimo, também, que é a forma como o Fado se foi dispersando pelo mundo. Nós encontramos japoneses a cantar fado, chilenos a cantar fado. Há, de facto, um fascínio pelo mundo fora por esta expressão musical”, argumenta Isabel Canavilhas. A confiança é partilhada pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, na apresentação oficial da candidatura do Fado. Diário de Noticias, 23 de Julho de 2010 |
Como bons portugueses que somos, todos nós sabemos qual o papel e valor que o Fado tem na nossa cultura – reflecte ambição, mágoa, saudade, o desejo: é o espelho da alma.
“Ouvindo as palavras de cada fado pode sentir-se a presença do mar, a vida dos marinheiros e pescadores, as ruelas e becos de Lisboa, as despedidas, o infortúnio e a saudade.” (3) – um misto de sentimentos que reproduz o caracter dos indivíduos portugueses.
Considerando que nem todo o património tem de ser tangível, é exactamente quanto a estes domínios que também reflectem a “personalidade” de uma sociedade que se visa dar protecção sob pena de se desvalorizar parte da nossa cultura.
Tal como circula entre os povos, Portugal é conhecido pelos seus três F’s: Fado, Futebol e Fátima. Não faria sentido, assim, descurar o Fado de Património Imaterial.
É assim nestes termos que Portugal, como já referido no artigo citado, apresenta a candidatura do Fado a Património Imaterial da UNESCO.
A candidatura será avaliada durante a Convenção da UNESCO que se irá reunir entre 22 e 29 de Novembro em Deli, Indonésia.
(1)Portugal aderiu a esta Convenção em 2008.
(2) http://www.unesco.pt/cgi-bin/cultura/docs/cul_doc.php?idd=16
(3) http://fado.com/index.php?option=com_content&task=view&id=22&Itemid=27
Tânia Fernandes
140107065
RESPOSTA AO «CHOQUE DE CULTURAS»
Queria exprimir a minha opinião face à questão que colocaste.
Como católica que sou, ou seja, como um terceiro que poderia ficar negativamente sensibilizada face à última encenação do italiano Romeo Castelluci, “Sul concetto di volto nel figlio di Dio” devo dizer-te que sinceramente fiquei sensibilizada face ao conteúdo da peça em questão.
Contudo, não é por não me agradar o conteúdo que acho que a peça deva ser abolida ou por achar que é uma ofensa à religião católica.
Apesar de não ter assistido à encenação, não creio que tenha sido uma ofensa de tal modo gravosa que mereça que a sua encenação seja abolida.
Uma encenação é sempre uma maneira, mais ou menos imaginativa de interpretar uma situação da vida num local apropriado. E foi o que o encenador italiano tentou fazer, simplesmente retratou essa maneira da maneira que entendeu.
Tal como tu afirmaste, a liberdade de expressão é um direito intangível e por isso não deveria ter limites. Mas se os tiver penso que a encenação não os ultrapassou, ou seja, não houve um abuso de direito por parte do encenador.
Quando um direito como estes é abusado, normalmente tem o intuito de ferir as susceptibilidades de alguém.
Acima de tudo, o direito de liberdade de expressão é o direito de passar uma mensagem, de transmitir algo, mas sem o objectivo de causar danos DIRECTOS. Todo aquele que se sinta prejudicado ou ofendido com o uso desse direito por parte de alguém, normalmente significa que está de facto a ser directamente atingido, o que não acontece nesta peça, porque o encenador não está a causar danos directamente a alguém.
Do mesmo modo, quando um cristão manisfesta a sua fé, mesmo que não agrade a muita gente, o cristão não tem como objectivo causar danos directamente a quem não é cristão. Não existe nenhuma ofensa directa, pelo que percebi do teu texto, pela parte do seu encenador à sua plateia ou a terceiros.
Penso que a resposta a este caso concreto é o respeito mútuo, tanto da parte do encenador como da parte dos cristãos que sentiram atingidos, em relação à liberdade de cada um para se exprimirem: liberdade do encenador para pôr no palco aquilo que quer transmitir e liberdade de expressão por parte dos cristãos relativamente à sua fé. Esta é a única forma de conciliação que prevejo neste caso, para que não exista uma cultura contra cultura.
Maria Luísa Castelo Branco.
14 de Novembro de 2011 04:24
domingo, 13 de novembro de 2011
Choque de Culturas
"A última encenação do italiano Romeo Castelluci, “Sul concetto di volto nel figlio di Dio” tem suscitado reacções violentas e extremistas por parte de vários grupos de fundamentalistas cristãos que desde a semana passada tem boicotado, sem sucesso, a apresentação da peça. Em sete dias, a as autoridades francesas já fizeram 220 detenções, avança o Le Figaro.
A peça, que ao fundo do cenário reproduz o rosto de Cristo pintado por Antonello da Messina em “Salvator Mundi”, retrata a história de um pai, velho, com incontinência renal, e que é ajudado pelo filho. É na incontinência do homem e na constante presença das suas fezes no cenário que o Instituto Civitas, um grupo francês fundamentalista, vê uma ofensa à religião católica. "
Este artigo levanta algumas questões, a meu ver, relevantes para esta cadeira de Direito da Cultura:
Começo logo por invocar o principio do direito da liberdade de expressão que está presente em todos os países democráticos (incluindo França, onde este direito está consagrado desde 1789 na Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão) e que neles constitui um princípio intangível. Qualquer pessoa tem o direito de expressar livremente o seu pensamento e a sua opinião.
No entanto, não posso deixar de pensar se este direito não conhecerá limites. Poderemos afirmar que, como qualquer direito protegido pela ordem jurídica, o exercício deste poderá ser sancionado quando em situações abusivas. Neste caso, poderemos considerar a hipótese de que Romeo Casttelluci, ao encenar a sua peça que constitui objectivamente uma critica à igreja católica, estará a ofender direitos de terceiros, nomeadamente da dignidade e integridade pessoal destes. Esta situação poderá tornar compreensível a reacção daqueles que a notícia designa como fundamentalistas católicos, na medida em que foi violado um dos seus direitos e por isso merecem uma compensação.
Permanece então o problema de saber quais são as fronteiras deste nosso direito, se é que este as conhece mesmo.
Poderemos encarar ainda este problema numa outra perspectiva; a do direito à cultura:
Romeo Castelluci está a divulgar a sua arte e poderemos dizer uma cultura. Mas ao fazê-lo, está a ofender outras pessoas e se calhar a denegrir a cultura delas. Assim sendo, tal como o encenador italiano tem o direito de se expressar culturalmente, também a este grupo de católicos lhes é reconhecido o direito de preservar e defender o seu património cultural (particularmente no que toca à sua religião). Chegaremos então a um confronto: Cultura contra Cultura. Haverá hipótese de conciliação?
Alexandre Lucena e Vale
nº140110057